4 de julho de 2009

Temperando o cafezinho

Senhores, bom dia.

Complementando o post anterior, antes de mais nada a questão do açúcar. Gosto é igual nariz, mas alguns poderiam se beneficiar de uma plástica. Os iniciados na arte de apreciar um bom café (que tem tantas nuances quanto a de apreciar uma boa taça de vinho, como já foi dito) são unânimes em dizer que, assim como o chá, não se adoça um bom expresso. Os cafés feitos em máquina de espresso ou moka são tomados puros, de preferência sem leite.

Para quem é viciado em café com leite, a partir da máquina de café é possível obter o chamado latte, que é um café com leite artístico. Basicamente, vertem-se quantidades controladas de leite vaporizado sobre creme de espresso ou espresso ristretto e esculpe-se a espuma resultante, produzindo desenhos e padrões geométricos variados. Alguns desenhos mais avançados são complementados com filetes trabalhados de calda de chocolate. Para melhor entender do que se trata, recomendo clicar e assistir: 

O espresso também pode ser eventualmente apreciado com a adição de pequenas quantidades de licor. Os melhores são os de anis (sendo o campeoníssimo o italiano Sambuca) ou laranja (Cointreau).

Já o cafezinho de coador pode ser adoçado, dependendo da concentração. Quanto menos concentrado, mais se pode adoçar. Não recomendo o uso de mel, o sabor é forte demais mesmo para combinar com um cafezinho carioca/mineiro, mas quem quiser experimentar um café como se fazia na roça pode adoçar sua xícara com açúcar mascavo ou lascas de rapadura.

Também em relação ao café de coador, é possível adicionar algumas especiarias (sempre à razão de uma especiaria por xícara sem licor ou adoçante, ou vira pasticcio):

  • Chocolate em pó: para quem quer "capuccino à brasileira", já que o legítimo capuccino se faz com espresso e espuma de leite vaporizado;
  • Canela: empresta um aroma especial, pode ser usado ao gosto do freguês. Única que eu uso também no espresso;
  • Noz-moscada: para cafés de coador mais encorpados, confere um sabor único; e last but not the least,
  • Cardamomo: o óleo aromático das sementes em suas bagas é o diferencial em um bule de café árabe/turco, que é um capítulo à parte. As sementes também podem ser previamente esmagadas e adicionadas a uma xícara de cafezinho comum.

O café turco ou café árabe, mencionado acima, é feito em um bule para café de coador, com um pó moído de modo a ficar especialmente fino, e não é coado. Misturam-se o pó de café, bagas de cardamomo e açúcar (opcional, recomendo não adicionar) à água antes de se levar o bule ao fogo. Uma vez feita a infusão, serve-se como está e deixa-se decantar na xícara por alguns segundos antes de consumir.

Para quem desejar fazer o café turco da forma tradicional, também é possível encontrar em lojas especializadas o "bule" (na verdade uma caçarola, chamada cevze) específico para esse preparo. Uma curiosidade cultural é a "leitura" do café, em que após o consumo de uma xícara da bebida a pessoa "lê seu futuro" nos desenhos formados pela borra (http://www.business-with-turkey.com/guia-turismo/cafe-turco-fazer-ler-borra-sorte.shtml).

Bom café para todos!

Nenhum comentário: