Senhores, boa noite.
Só para avisar que NÃO encurtarei NEM facilitarei meus textos para agradar leitores com baixa alfabetização funcional.
Quer textos curtos e simples, compre "Júlia" ou "Sabrina" na banca de jornal.
Até a próxima!
Postagens aleatórias sobre sei lá eu o quê, sei lá eu quando.
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Depois dessa primeira limpeza, é hora de atentar para o restante da condição geral do seu novo hóspede: pelos, limpeza das orelhas, limpeza dos olhos e peso do animal.
Pelo: puxe beeem de leve em diversos pontos ao longo de todo o corpo do gato (não é para arrancar, é só para dar uma esticadinha de leve na pele). Se sair pelos em algum dos pontos, verifique se a cor na base do pelo é distinta da cor do resto. Em caso positivo, pode ser sinal de fungos na pele de onde saíram.
Limpeza das orelhas: verifique se há excesso de cerume. Em caso positivo, este pré-diagnóstico se dá em duas etapas: limpe bem todo o cerume que puder e reexamine no dia seguinte. Caso o excesso de cerume retorne já por ocasião desse reexame, há possibilidade de infestação por sarna otodécica (sarna de ouvido) e/ou fungos.
Limpeza de olhos e nariz: a presença de uma quantidade excessiva de secreções nos olhos e de qualquer secreção no nariz podem indicar rinotraqueíte (gripe felina) ou clamídia (uma infecção bacteriana realmente chatinha). Limpe cuidadosamente com algodão umedecido em soro fisiológico e, em caso de resGATO filhote, recheque os olhos no dia seguinte, já que um excesso aparente de secreção nesta parte do rosto pode ter sido apenas o resultado de uma mãe inexperiente que não limpava as remelinhas do filhote com freqüência e cuidado o bastante.
Peso (condição de subnutrição): basta observar se o animal parece muito magro, com costelas e coluna aparentes. A subnutrição é facilmente revertida com a oferta de alimentos de boa qualidade, em particular de pastas supercalóricas (pet-shops e veterinários podem indicar as melhores para seu novo amiguinho), a menos que se trate de um filhote muito novo (1 mês ou menos). Filhotes muito novos precisam ser "amamentados" com solução substituta de leite caseiro, que pode ser preparada em casa conforme a receita abaixo:
. 1 copo de leite integral (de caixinha)Mais uma coisa: não dê leite integral puro ou laticínios a um gato, felinos em geral costumam ser intolerantes a lactose e o leite de vaca puro lhes provoca uma solene disenteria.
Quanto a acostumar o bichano com a nova casa, os cenários variam conforme a idade do seu resGATO e a quantidade de gatos que já moravam lá antes dele chegar.
Nossos amigos felinos são animais territorialistas, e a chegada de um "intruso" à comunidade local sempre é recebida a patadas em um primeiro momento. Cabe a nós, humanos da casa, conciliarmos os antigos com os novos. Antes de mais nada, não devemos soltar um resgato novo sem assistência no meio dos veteranos. Tanto por que estes vão cair em cima daqueles quanto para fins de quarentena. Por que a gente não sabe se algum resgato pode estar doente e transmitir alguma porcaria para os "da casa".
Durante os primeiros dias, a menos que algum dos exames explicados acima tenha dado indicações de que é preciso levar seu amiguinho ao veterinário, deixe o resgato isolado em um comodo da casa de tamanho médio com porta trancável. Nesse período, ponha pedaços de pano (mini mantinhas, pedaços de cobertor, mini lençóis) na caminha provisória do resgato e nos locais de dormir dos veteranos, e vá trocando os panos entre um e outros. Isso fará com que se acostumem com o cheiro uns dos outros e diminua o potencial de conflitos.
Após a quarentena, introduza os resgatos ao convívio dos veteranos um por vez, sempre na sua presença, e com petiscos para gatos à mão para dar a cada veterano enquanto você lhe faz uma preleção sobre os deveres de hospitalidade que ele, como seu "filho" mais velho, tem em relação a cada recém chegado. Estou falando sério, converse com seus gatos. Eles te entendem em 100%, e só não respondem de forma inteligível por que o aparelho fonador do Felis catus não lhe permite articular os sons dos idiomas humanos. Mesmo assim, os gateiros mais experientes conseguem compreender pelo menos parcialmente o conjunto de miados e linguagem corporal de seus "filhotes" mais antigos e a conversa é quaaase de mão dupla.
Falando em filhotes, o convívio com os menorzinhos exige uma paciência extra. Este parágrafo é para os gateiros convictos, que partilham o leito com seus "filhotes" e dorme "de bolinho" com a gataiada toda. Os gateiros de mentirinha que trancam seus gatos em outra parte da casa na hora de dormir podem pular essa parte. Gatos são animais noturnos, e os filhotes costumam, mesmo sozinhos, brincar a noite toda. Prepare-se a cada vez para dormir no seguinte ciclo: dorme 2 horas, brinca-brinca-brinca 20 minutos, dorme 2 horas, brinca-brinca-brinca 20 minutos, dorme duas horas, etc. até a hora oficial de acordar. Por que você VAI brincar-brincar-brincar com o filhote: ser gateiro não é opção, é vocação.
Para aqueles que acreditam em "disciplinar" gatos, um aviso: eles não são como os cães, que convivem conosco na vertical (nós mandando e eles obedecendo). Gatos convivem com você na horizontal, como iguais. Então essas dicas de "disciplina" servem única e exclusivamente para lidar com gatos do tipo Joselito (raríssimos, por sinal): aqueles que quebram vasos, fazem "fúúú" de graça pra tudo, enfim, os que realmente "não sabem brincar". A dica é a seguinte: compre um borrifador desses de jardim e mantenha-o carregado com água. Cada vez que seu gato for pego "no flagra" fazendo alguma cachorrice, borrife-o uma ou duas vezes. Acerte no corpo para bobagens médias e no rosto para joselitices-master.
Atenção: não é para borrifar um gato por que ele está brincando à noite ou arranhando móveis. Um gato é um gato, se você não for gateiro tenha peixes ou passarinhos. O borrifo é para danos à propriedade que impliquem em risco para o animal (vasos de plantas e objetos de vidro, por exemplo) e para comportamentos socialmente inaceitáveis como roubar comida do prato. Roubar comida do prato pode parecer fofinho, mas desregula o tubo digestivo do animal e o expõe a alimentos tóxicos: gatos não podem ingerir cebola ou alho sob hipótese alguma, estes alimentos induzem anemia por hemólise (rompimento dos glóbulos vermelhos do sangue). Gatos também não podem ingerir chocolate (teobromina, para eles é como uma overdose de café) e já mencionamos antes sua intolerância à lactose.
Quanto a arranhar móveis, as dicas mais simples são: disponibilizar arranhadores e marcar os móveis com odores cítricos. Gatos odeiam cheiros cítricos, então duas gotinhas de óleo essencial de limão devem afastá-los do seu sofá favorito ou da poltrona que era herança da vovó. Outro meio de afastar seus amiguinhos de peças tããão importantes assim de sua mobília é envolver a base dos móveis em papel alumínio (não sei por que, mas os gatos não curtem mexer em papel alumínio). Quanto aos arranhadores, tenha sempre pelo menos dois: um horizontal e um vertical. Cada gato gosta de arranhar de um jeito, e quem gosta de um tipo de arranhador não está nem aí pro outro.
Agora, os brinquedinhos para distrair seus fofuchos enquanto você não puder lhes dar atenção direta. Os mais simples costumam ser os melhores, como novelos de lã e bolinhas de papel. Mas se você quer sofisticar a diversão, compre bolinhas de pingue-pongue com penas, que estão disponíveis na grande maioria das pet-shops. Além disso, a dica óbvia: tenha gatos aos pares, eles brincam entre si quando a gente não está lá para lhes dar atenção e vivem muito mais felizes.
Dica extra: se seus gatos tiverem cerca de uns 8 meses de idade ou mais, você também pode lhes oferecer catnip. Também conhecida como erva dos gatos, gatária ou erva-gato, essa planta possui em suas folhas um óleo essencial rico em nepetalactona. Essa substância, inofensiva para os humanos, põe a parte do sistema olfativo responsável pela detecção de feromônios "em curto" e faz com que o animal "viaje" da forma mais maconhosa possível e imaginável. O gato fica literalmente babando na gravata e vendo Papai Noel por coisa de uns quinze minutos (não tente interagir com ele nessa hora, apenas assista o espetáculo e garanta que ninguém o perturbe durante o "barato"), depois ele sai tranquilão como se não tivesse acontecido chongas. Como os receptores olfativos dele estão saturados, a planta só fará efeito novamente após coisa de umas duas horas. Não faz mal algum ao gato (exceto à sua dignidade felina, por que eles ficam realmente hilários quando estão pirando com catnip), relaxa-o maravilhosamente e não tem qualquer efeito colateral. Pãtz, pensando bem eu tenho inveja deles: podem se "drogar" e não lhes acontece lhofas... Hmpft!
Vacinas: sim, por que não é lá muito legal dar para adoção um adolescente ou adulto sem o primeiro protocolo de vacinação completo. Os gatos devem tomar as vacinas anti-rábica (AR) e V4 (quádrupla felina, protege contra panleucopenia, clamídia, rinotraqueíte e calicivirose). O protocolo antigo era de 3 doses de V4 e duas de AR, mas alguns veterinários advogam protocolos mais curtos, com uma dose a menos da V4 e ou da AR. A V4 deve ser aplicada a partir dos 2 meses de idade e a AR a partir dos 3, sendo que as doses do protocolo de cada vacina devem ser dadas mensalmente: 2 meses = 1 V4, 3 meses = 1 V4 + 1 AR e 4 meses = 1 V4 + 1 AR, para o protocolo antigo.
Se você recolher um gato adolescente ou adulto e for prepará-lo para enviar para adoção por outro gateiro, também é de praxe mandar o animal já castrado. A castração também é obrigatória para todos os gatos que forem integrados à família. Um gato ou gata castrado vive o dobro do que vive um animal "inteiro" e as fêmeas castradas tem uma chance absurdamente menor de desenvolver câncer de mama. Além disso, os machos castrados não marcam território com urina.
Outra dica importante é sobre alimentação. A melhor coisa que você pode fazer por seus gatos é alimentá-los com água fresca e ração de qualidade. A água deve ser oferecida em abundância e estar sempre disponível, para diminuir as chances de cálculos renais e outros problemas no trato urinário. A ração deve ser de preferência premium ou super-premium, pois as rações de supermercado (conhecidas no meio gateiro como "rações de combate") são pobres em nutrientes e mal formuladas. As nobres exceções dentre as "de combate" são a Cat-Chow (Purina) e a Sabor e Vida (Guabi). Só compre rações de supermercado em caso de problemas financeiros, superpopulação felina no lar ou para ajudar na alimentação de focos de gatos de rua, pois é por isso que as chamamos "de combate": só as compramos "em situação de guerra".
E NUNCA, NUNCA, NUNCA dê a qualquer gato a maldita da Whiskas. Essa bomba é garantia de problemas renais já no médio prazo. Os fabricantes dessa solene porcaria andaram dizendo que mudaram a formulação do produto e "blá-blá-blá-Whiskas-sachê", mas não acredite. Gato nenhum merece ter que aturar essa trolha. Dê ração de combate, dê Cat Meal, dê "ração Garfield", dê comida caseira, mas não dê Whiskas.
Para encerrar, a questão do banheiro. Tudo o que você precisa fazer é oferecer as caixas de "areia" (granulado sanitário) em local adequado, à razão de uma caixa para cada dois gatos. Tire os torrões e "charutinhos" diariamente, repondo um pouco do granulado, e troque todo o granulado a cada duas semanas. Os melhores granulados são os de sílica e os de argila branca. Os de argila marrom formam uma lama nojenta se você se distrai e deixa passar um dia sem manutenção. Eu costumo preparar as bacias novas a cada duas semanas forrando o fundo da bacia com sílica em pedrinhas (em pó espalha pela casa toda, muito chato) e cobrindo com argila branca, e faço as reposições diárias com argila branca (a sílica dura bem mais e custa caro que dói). Para educar um gato novo, basta recolher a primeira sujeira dele e colocar em cima de uma caixa de granulado sanitário disponibilizada no cômodo da "quarentena". Aliás, a grande maioria só precisa ter a caixa de granulado disponível que já faz tudo no lugar certo logo de saída.
Só para reforçar: tudo o que está escrito aqui é por experiência própria no trato com gatos ao longo de alguns anos, mas eu sou leigo. SEMPRE consulte um profissional médico veterinário de sua confiança.
Bom dia, e bons resGATOS!
Aos que notaram a ausência de assuntos religiosos na programação apresentada ontem, explico: estou lendo o Catecismo completo da Igreja Católica, para não emitir opiniões que estejam em desacordo com a sã doutrina da fé.
Quando concluir essa leitura, passarei a incluir postagens sobre dogmas católicos e sua repercussão na vida de um fiel que verdadeiramente se proponha a viver em conformidade com as leis da Santa Madre Igreja. Acredito que esses posts incluirão surpresas até mesmo para quem se acredita um bom católico, pois estudarei o Catecismo com mais afinco nas partes que me autorizarem a apontar como inadequadas ou até mesmo errôneas algumas demonstrações "equivocadas" de religiosidade, tais como a impressão dos famosos milheiros de "santinhos" como "pagamento" por graças alcançadas, como se o Altíssimo fosse um enorme "caixa automático divino", onde o fiel põe um cartão-promessa, digita a senha "novena poderosa não sei das quantas" e saca uma graça.
Aproveitando que eu pedi orientação ao meu padre confessor em relação a essa questão específica, já informo a vocês, leitores: essa manifestação equivocada de religiosidade é mais que inadequada, ela é ERRADA, mesmo. Não se barganha com o Pai Eterno. A verdadeira prece é um diálogo com Deus, através da qual nos dispomos a conformar nossas vidas com a Sua Vontade.
Mas o detalhamento desse ponto, um eventual estudo (rápido, não dá para tuchar um estudo de antropologia e história da religiosidade humana em uma postagem de um blog) de como esse tipo de "devoção" evoluiu na cultura religiosa brasileira e a completa demonstração de como, por quê e quanto isso é ERRADO até o último santinho de Sto. Expedito, eu deixo para depois que eu concluir minha primeira leitura completa do Catecismo.
Paz e bem!
Senhores, bom dia.
O post sobre Economia Ecológica já está em fase de "fermentação" na minha cabeça, e devo informá-los de que sua extensão me levará a publicá-lo por partes. O primeiro bloco tratará apenas de apresentar as noções básicas, primeiros conceitos e autores consagrados desta fusão de Ciências Ambientais com Economia. As chulapadas na cara do grande público serão estruturadas em um ou dois posts subseqüentes, que publicarei por volta de 25/26 de julho (com certeza) e 8/9 de agosto (se houver terceiro bloco).
O "Edital" referido no tema é quanto ao tema da postagem-coringa de 18/19 de julho, que ainda está em aberto. Por enquanto tenho apenas uma sugestão, para falar sobre homeopatia. Aguardo mais sugestões, ou pelo menos avisos vossos de que o primeiro tema sugerido já está do gosto de todos. Avaliarei apenas as sugestões que me chegarem até dia 12 de julho, pois não gosto de redigir postagens agendadas com menos de uma semana de prazo para trabalhar. Principalmente no caso das "coringa", que podem exigir trabalho de pesquisa adicional.
O tema escolhido será anunciado dia 13, junto com os agradecimentos a todos aqueles que tiverem colaborado com suas sugestões.
Quanto à postagem de 1/2 de agosto, será sobre um tema "abobrinhento" que ainda não escolhi, para fazer o rodízio de pesada de mão das postagens principais.
Até a próxima!
Senhores, boa tarde.
Antes de mais nada, sim, advogarei em causa própria. O que normalmente não é uma boa recomendação, mas neste caso hão de convir que só advogando em causa própria, mesmo.
Fora isso, não pertenço ao time do Aldo Rebelo (um xarope que devia tomar tomar surra de peixe morto todas as manhãs, a ver se virava gente), que acredita que não se devam usar palavras de outros idiomas misturadas com o português sob hipótese alguma. Não me apetece fazer como os lusos que chamam o mouse do computador de rato.
Isto posto, meu protesto é contra o uso da palavra NERD. Afirmo e reitero a quem pedir que todo aquele que a usa está prestando um desserviço a si e a todos a seu redor; quer fale a sério, quer esteja de brincadeira ou mesmo ainda se o disser por pura preguiça mental.
Muito embora eu saiba que o inventor do avião é Alberto Santos Dumont e que o melhor refrigerante do mundo é o Guaraná Champagne Antártica e prefira folclore nacional a essas histórias de Santa Claus e Halloween, não sou lá muito patriota. Não implico com o uso de termos em inglês quando importamos para a nossa um artefato de outra realidade. Pessoas que se divertem quebrando códigos de segurança em computadores e coisas do gênero são hackers, não há por que quebrar a cabeça inventando um nome em português para isso. Assim como ludopédio é o raio que o parta, fique sabendo quem quis renomear o tal do futebol.
Mas a palavra NERD se refere a um arquétipo de per si extremamente nefasto e amaldiçoadamente arraigado à psiquê nacional, que é o popular CU-DE-FERRO. Trata-se da noção de que todo o ser humano com gosto pela aquisição de conhecimentos e desenvolvimento da própria potência intelectiva, marcadamente aqueles que tem maior predileção pelas áreas de ciências exatas, é uma espécie de "aleijão mental" sem direito a vida social ou afetiva.
Os componentes mais clássicos desse arquétipo são a noção de que sua aparência física é forçosamente repulsiva, os assuntos de sua predileção áridos e aborrecidos, seu senso estético absolutamente deformado e a convivência com tal ser uma experiência excruciante a ser evitada a todo e qualquer preço.
A origem do termo nacional, versão chula do arcaísmo "caxias" (homenagem ao Duque de Caxias, em virtude do alto grau em que este apresentava a virtude da disciplina), provém da alegação (por parte dos colegas inaptos e invejosos) de que, para obter a seqüência ininterrupta de altas notas que caracteriza a vida acadêmica deste tipo de indivíduo, ele deva ter glúteos de aço, para suportar permanecer tanto tempo sentado diante dos livros.
Como podemos ver, o uso desse termo e as atitudes associadas integram-se à cultura da pessoa desde a mais tenra idade, pois que os alunos repetentes já o inculcam em seus coleguinhas. A explicação para isso é ainda mais simples. Em função dos instintos sociais inerentes ao ser humano, as classes costumam se organizar em estruturas sociais que giram em torno daquelas crianças que se destacam, sendo que todas, pelo instinto natural que nos leva a buscar a aceitação pelo grupo, desejam destacar-se de forma positiva. Os repetentes, obviamente, não conseguem fazê-lo em função de sua competência acadêmica, mas a natureza lhes deu a vantagem do tamanho e da força física, que eventualmente lhes conferem melhores resultados nas atividades esportivas e outras brincadeiras das aulas de Educação Física. Resultado óbvio, hostilizam os melhores alunos e criam em suas respectivas turmas uma cultura de que "quem gosta de estudar não é legal".
E se você "não é legal", não tem apelação. Passa sua vida escolar sem amiguinhos, sem namoradinha e sem ter a quem recorrer. Os psicologicamente mais fracos cedem e entram para a turma do fundão, tentando se integrar a essa estrutura social distorcida sendo bagunceiros e palhaços de turma.
Já os poucos fortes bastar-se-ão a si mesmos e comprazer-se-ão em desenvolver suas competências à revelia da patuléia desvairada, mas os anos de vida social escassa ou inexistente cobram o seu preço. Suas personalidades costumam se tornar introspectivas em maior ou menor grau, seu senso crítico torna-se altamente apurado e seu individualismo exacerbado a níveis incomuns (o proverbial "botão de FODA-SE" é apertado até o talo).
Alguns, a minoria barulhenta que dá munição ao estereótipo, chegam realmente a se tornar socialmente incapazes por misantropia pura e simples. Os demais desenvolvem personalidades próprias, sempre fora de conformidade com o que for mainstream à época, pelo único e suficiente motivo de que toda unanimidade é burra e eles não. Essa recusa automática a integrar-se ao mainstream completa a sentença de isolamento social (total ou parcial, dependendo da qualidade do ambiente humano que o cerca) do indivíduo, em função da preguiça mental da grande maioria das pessoas, que permanece presa à busca pela aceitação e via de regra tem por hábito escolher a rota mais fácil, que é abraçar as coisas e pessoas que forem mainstream e refugar as que não são.
Então, da próxima vez que você for chamar alguém de NERD, pense muito antes de fazê-lo.
Para aqueles que responderam afirmativamente às cinco perguntas acima e estão estufando o peito e enchendo a boca para dizer que eu sou um nerd perdedor chorão, uma notícia e um conselho. Vocês são DESPERDÍCIOS DE OXIGÊNIO AMBULANTES. Aproveitem que não gostar de crianças está na moda e façam um favor à espécie: ABSTENHAM-SE DE SE REPRODUZIR, RETIREM SEUS GENES INFECTOS DO NOSSO POOL!
Mas se a sua resposta para qualquer uma daquelas perguntas for NÃO, então dobre a língua, peça mentalmente perdão a si mesmo (de joelhos, por que o desserviço que você estaria prestes a se fazer é do tamanho que você está sentindo agora para maior) e tire essa palavra do seu vocabulário e da sua mente.
Ufa! Falei.
Senhores, bom dia.
Complementando o post anterior, antes de mais nada a questão do açúcar. Gosto é igual nariz, mas alguns poderiam se beneficiar de uma plástica. Os iniciados na arte de apreciar um bom café (que tem tantas nuances quanto a de apreciar uma boa taça de vinho, como já foi dito) são unânimes em dizer que, assim como o chá, não se adoça um bom expresso. Os cafés feitos em máquina de espresso ou moka são tomados puros, de preferência sem leite.
Para quem é viciado em café com leite, a partir da máquina de café é possível obter o chamado latte, que é um café com leite artístico. Basicamente, vertem-se quantidades controladas de leite vaporizado sobre creme de espresso ou espresso ristretto e esculpe-se a espuma resultante, produzindo desenhos e padrões geométricos variados. Alguns desenhos mais avançados são complementados com filetes trabalhados de calda de chocolate. Para melhor entender do que se trata, recomendo clicar e assistir:
O espresso também pode ser eventualmente apreciado com a adição de pequenas quantidades de licor. Os melhores são os de anis (sendo o campeoníssimo o italiano Sambuca) ou laranja (Cointreau).
Já o cafezinho de coador pode ser adoçado, dependendo da concentração. Quanto menos concentrado, mais se pode adoçar. Não recomendo o uso de mel, o sabor é forte demais mesmo para combinar com um cafezinho carioca/mineiro, mas quem quiser experimentar um café como se fazia na roça pode adoçar sua xícara com açúcar mascavo ou lascas de rapadura.
Também em relação ao café de coador, é possível adicionar algumas especiarias (sempre à razão de uma especiaria por xícara sem licor ou adoçante, ou vira pasticcio):
O café turco ou café árabe, mencionado acima, é feito em um bule para café de coador, com um pó moído de modo a ficar especialmente fino, e não é coado. Misturam-se o pó de café, bagas de cardamomo e açúcar (opcional, recomendo não adicionar) à água antes de se levar o bule ao fogo. Uma vez feita a infusão, serve-se como está e deixa-se decantar na xícara por alguns segundos antes de consumir.
Para quem desejar fazer o café turco da forma tradicional, também é possível encontrar em lojas especializadas o "bule" (na verdade uma caçarola, chamada cevze) específico para esse preparo. Uma curiosidade cultural é a "leitura" do café, em que após o consumo de uma xícara da bebida a pessoa "lê seu futuro" nos desenhos formados pela borra (http://www.business-with-turkey.com/guia-turismo/cafe-turco-fazer-ler-borra-sorte.shtml).
Bom café para todos!
Sendo o café minha segunda bebida não-alcoólica favorita, está oficialmente confirmado que eu sou um cafeinômano. Nada mais natural, uma vez que minha graduação foi em engenharia. Todos os que se formaram em cursos que exigem que a pessoa vire noites para entregar trabalhos todo santo semestre acabam adictos de cafeína em maior ou menor grau.
Digressões à parte, vamos ao que interessa, que é o único e verdadeiro amor de nossas vidas, O CAFÉ. Comecemos com um pouco de história: segundo reza a lenda, a planta (Coffea arabica) foi descoberta na Etiópia no século III d.C. por Kaldi, um pastor de cabras. Uma noite, preocupado em saber por que cargas d’água suas cabras não voltavam para o redil como de costume, foi atrás delas e encontrou-as enchendo as fuças de frutos de cafeeiro, avançando de moita em moita rumo à primeira overdose de cafeína da história.
Agora vocês perguntam: e o que fez nosso herói? Pois fez o que lhe mereceu este título. Seguindo o adágio “Se os animais comem, eu também posso comer”, colheu um punhado daqueles frutos, mandou pra dentro e logo começou a dançar de alegria junto com seu querido rebanho. Feliz como só fica quem tomou um bom porre de expresso, no dia seguinte (imagino que nem tenha dormido, fritando com a overdose) foi ao mosteiro mais próximo e mostrou esse presente dos céus aos monges que, provavelmente preocupados com a cara de “virado” de nosso melhor amigo, decretaram que boa coisa esta planta não poderia ser.
Agora, mais uma curiosidade histórica: as primeiras barrinhas de energia da história da humanidade eram de café, elaboradas na África sob a forma de bolinhas compostas de gordura animal e frutos de cafeeiro, na mesma época em que nosso herói dançava com as cabras. E não pára por aí: também é de lá e da mesma época a primeira bebida energética: vinho de frutos de cafeeiro! Mesmo feito com os frutos inteiros (polpa inclusive), dá para imaginar que whisky com energético nem chega perto da qualidade da receita original. Gostaria realmente de saber por que é que ainda não atinaram com reeditar estas delícias para o mercado capitalista globalizado. Quem é que há de querer saber de Red Bull quando existir vinho de frutos de cafeeiro?
Voltando à história oficial, a rápida expansão do café pelo mundo colonial se deveu em grande parte ao excesso de confiança dos holandeses, que distribuíram mudas de cafeeiro de presente para aristocratas ao redor do mundo, espalhando, assim, o nosso pretinho gostoso pelo mundo (eu escrevi isso? cazzo, preciso de um expresso... digitar de madrugada só poderia dar nisso...).
É interessante notar como mais uma vez somos vítimas da “maldição do produtor de commodities”: virtualmente toda a nossa produção de arábica vai para o mercado de exportação, sobrando apenas parte da produção de robusta e os refugos da produção de arábica para o mercado nacional. E isso por que somos o maior produtor mundial do grão, deixando todos os outros produtores no chinelo em termos quantitativos e perdendo em qualidade (na linha de cafés gourmet) apenas para a produção colombiana.
Desta forma, ou arcamos com o custo de um café gourmet, ou nossa única proteção contra uma falta de qualidade que atinge as raias da insalubridade é a aquisição de produtos certificados (sic) pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC.
Falando em máquinas de expresso, vamos às diversas formas de preparar a bebida, a partir da obtenção do pó (seja por moagem, seja adquirindo o produto já moído – no último caso, dê preferência às embalagens a vácuo, que preservam as características do produto por mais tempo). Vou elencá-las por ordem de concentração máxima da bebida obtida, das mais para as menos concentradas (gosto é gosto, mas para mim quanto mais concentrado melhor).
O expresso de máquina: a máquina de expresso joga vapor de água a alta pressão sobre o pó, extraindo o máximo de princípios ativos, óleos essenciais e outros componentes organolépticos (responsáveis por aroma, sabor e outras propriedades que tornam uma boa xícara de café uma experiência tão rica quanto uma taça de bom vinho). A bebida obtida tem sua concentração controlada pelo barista (http://www.acbb.com.br/) que pilota a máquina, podendo variar desde um espresso ristretto (metade de uma xícara regulamentar de café, máxima concentração de sabor, mínimo de cafeína) até um cafezinho mineiro/carioca (mínima concentração de sabor, máxima extração de cafeína). Quanto mais concentrada a xícara preparada na máquina, mais espesso o creme ou “colarinho” que flutua sobre a bebida. Um bom expresso deve ter creme rico e encorpado, de cor caramelo.
A “moka”: essa cafeteira de origem italiana é a segunda melhor forma de fazer café, para aqueles que apreciam uma xícara do legítimo “espresso”. O vapor é forçado igualmente a passar através do pó, mas por suas características de construção isso se dá à pressão atmosférica e a uma temperatura pouca coisa superior à da ebulição da água ao ar livre, com menor extração de óleos essenciais e outros compostos do pó. Desta forma, exceto em alguns modelos modificados que contam com um pequeno peso como o das tampas de panelas de pressão, não há formação de creme.
O coador ou cafeteira: forma mais comum de preparo, produz o popular cafezinho, cuja concentração depende apenas da proporção de pó para água que se use. Embora o coador de papel seja muito mais prático, o melhor sabor é obtido com o coador de pano.
ATENÇÃO: um coador de pano nunca deve ser usado novo/“virgem”. Antes do primeiro uso, deve-se passar um primeiro café “perdido” (não será bebido) por ele, e o pó usado deverá dormir dentro desse coador de um dia para o outro. Em seguida, o coador será apenas enxaguado com água corrente em abundância.
Nota: NUNCA lave um coador de pano com água e sabão. Apenas enxágüe com bastante água e seque bem, deixando secar à sombra. Conforme o uso, o tecido se impregna de óleos essenciais e outras substâncias do café, resultando sempre em uma bebida melhor a cada passada.
Além disso, quando preparar a bebida em coador, é importante não ferver a água, que deverá estar àquela temperatura em que começam a surgir algumas bolhas de vapor maiores no fundo da panela/bule/leiteira antes de se adicionar o pó e desligar o fogo. É importante prestar atenção neste detalhe, pois deixar a mistura ferver ou permitir que a água abra fervura violenta antes de misturar o pó, no preparo em coador, faz com que a bebida oxide em contato com o oxigênio do ar, dando ao café o que os especialistas chamam de gosto de “queimado”. Mistura-se completamente o pó à água para garantia de uma boa infusão, até que se forme um creme sobre a superfície da água. Em seguida, derrama-se a mistura dentro do coador.
Para encerrar esta postagem, duas receitas. Uma, do melhor drink que já inventaram nessa vida, o Irish Coffee; a outra, uma mousse.
Irish Coffee:
Ingredientes
Preparo
Se minha explicação não ficou legal, clique no link e assista o vídeo (em inglês, sorry): http://www.youtube.com/watch?v=1Vfde8rCO-w&feature=related.
Mousse de café:
Ingredientes
Modo de preparo
Bom apetite, e boa insônia!
Fontes bibliográficas:
Senhores, bom dia:
A leitora Laivine (única a ter tanta coragem ou falta do que fazer a ponto de comentar neste blog até o momento) me informou que a notícia do post abaixo já é do ano passado.
Obrigado, Lai!
Buenas, de qualquer modo mantenho o post abaixo, por que é o registro de quando este alienado que vos escreve tomou conhecimento de mais este desastre "musical". É só mais uma prova de que ser alienado não é necessariamente negativo, já que nos poupa desse tipo de "informação", bem como de saber o que está acontecendo na novela das 8 que começa às 9, e tantas outras coisas sem as quais não se entabula uma conversação hoje em dia.
Daí que está no meu perfil: Pra que amigos, se eu tenho os livros?
Abração pra amiga Laivine (pãtz, tá parecendo programa de rádio AM daqueles bem rurais) e bom dia pra todo mundo!
Fiquei sabendo hoje pela televisão que Chitãozinho e Xororó fizeram recentemente uma apresentação conjunta com o grupo FRESNO.
Eu não disse que eles são dois prostitutos?