26 de setembro de 2009

Música 1.2

Senhores, boa madrugada.



Insônia é soda! Insônia é soda! Insônia é soda! (surto a la Grace Gianoukas incorporando Sta. Ignorância)



Depois deste começo "abençoado", vamos ao último terço (meu Pai, essa foi in-Lorenzetti...) do primeiro post sobre músicos.



Mais dois clássicos contemporâneos, para fechar esse menu-degustação. Depois de falar de Philip Glass, Arvo Pärt, Iannis Xenákis e Terry Riley, agora é a vez de Edgar Varèse e Jean Sibelius.

(ai, ai... Insônia é soda, mesmo. Tive que voltar pra cama e só voltei a digitar agora de manhã...)

Vamos a Edgar Varèse. Esse é um compositor moderno da família "abrace a insanidade e seja feliz". Forte uso de componentes eletrônicos em sua música, incluindo novos instrumentos como o teremin (http://www.youtube.com/watch?v=tgcMlEZ6NFw&annotation_id=annotation_620932&feature=iv) e o ondas martenot (http://www.youtube.com/watch?v=1LobZ8vg9qE&feature=player_embedded#t=164), em uma música de cores e texturas, totalmente liberta das antigas formas e estruturas.
Francês naturalizado estadunidense, estudou muita música (por que só quem conhece as regras é que pode quebrá-las com proveito) e compôs pouco, mas bem por demais.

À semelhança de Iannis Xenákis, elevou a distribuição espacial das fontes sonoras a parâmetro composicional, criando o que chamou de música espacializada. Exemplos são Hyperprism e Poème Électronique, este último composto para FITA MAGNÉTICA (recurso largamente explorado por compositores modernos como Karlheinz Stockhausen e Xenákis, permite texturas sonoras quase impossíveis de se obter de outra forma, bem como a superposição calculada de texturas sonoras).

O único meio de explicar mais alguma coisa sobre este compositor é linkando algumas de suas peças:

http://www.youtube.com/watch?v=hnh_VT6JIZQ&feature=related (mais faixa-branca)
http://www.youtube.com/watch?v=AGFLUerbLhk&feature=fvw (já pede ouvido disciplinado)
http://www.youtube.com/watch?v=Bh5cfHbbjzs&feature=related (também mais faixa-preta)

Já Sibelius foi de uma sonoridade mais sutil, quase que clássica à moda antiga, mesmo. Eu diria que um Debussy finlandês.

A parte principal de sua obra é seu conjunto de sete sinfonias, nas quais verteu o coração transformando cada uma em uma declaração de seus sentimentos mais pessoais.

Muitos estudiosos consideram sua música como um importante elemento na formação da identidade nacional finlandêsa.

Embora já contemporâneo em sua sonoridade, compôs sempre usando um idioma tonal.

Afora isso, outra vez o jeito é linkar algumas obras:

http://www.youtube.com/watch?v=9t0FBQ3xeVA (ouça com um lenço na mão)
http://www.youtube.com/watch?v=bi8wwFwDqTs&feature=related (solene e poderosa)
http://www.youtube.com/watch?v=XtIw5AkUEsE&feature=related (abre em ppp, apure os ouvidos e ouça em silêncio total, mas NÃO AUMENTE O VOLUME)

Sério, não aumente o volume para ouvir o intermezzo da Suíte Karelia. Ela usa algo chamado dinâmica, e após abrir em ppp (pianissíssimo, ou quase inaudível) vai progredindo lentamente em crescendo até chegar em um clímax em ff (fortíssimo ou alto de lascar) lá para os lados de 2:40-2:50.

Sonoridade profunda e altamente emocional, com tratamento já moderno mas ainda tonal. Como comentei logo no início, praticamente um Debussy finlândes. Basta comparar os links disponibilizados com o estilo de Debussy em Clair de Lune: http://www.youtube.com/watch?v=yVpxLraHphk&feature=related.

Bom, dessa vez o post foi curtinho, e finalmente consegui concluir um programa de música erudita contemporânea com meia dúzia de compositores (ordem aleatória, conforme fui lembrando).

Vamos ver se da próxima não demoro tanto a postar e solto logo 6 livros em um post só, em Literatura 3 (ou se faço 3, 3.1, 3.2, ..., 3.buzilhão).

Até mais, pessoal!

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