19 de outubro de 2009

Paternidade

Senhores, bom dia.

O tema de hoje é um arroto medieval deste que vos digita, um relato de como se pensava em priscas eras e de como se educava uma criança nos tempos d'antanho. Por que analisar minhas filosofias de vida é um verdadeiro estudo de arqueologia mental e moral. Portanto, se você leitor fizer parte do time do politicamente correto, acreditar que em criança não se bate nem quando ela chuta o andador do vovô na hora de atravessar a Av. Paulista ou achar que não existe problema de natureza alguma em permitir que um casal homossexual adote uma ou mais crianças, vá para o blog da Carolina Dieckmann que você ganha mais.

Pois muito bom, você leu a advertência acima e ainda está aqui? Então não diga que eu não te avisei. Vamos lá, que hoje eu estou inspirado!

Antes de mais nada, uma questão crucial na educação de um filho é a obrigatoriedade, desde a mais tenra idade, do ingrediente DIS-CI-PLI-NA. Por que se você passa a mão na cabecinha de uma criança recalcitrante por que ela tem o direito de ser criança, achando que é melhor deixar para ensinar educação, bons modos e disciplina só depois, na hora que ela estiver crescidinha o suficiente para que se lhe possa cobrar responsabilidades, é receita certa para o desastre.

Faz parte da natureza humana destreinada não aceitar de bom grado a imposição de limites. Mas a não imposição de limites presenteia logo de saída todo e qualquer pimpolho com ela agraciado com o pior problema-raiz de uma personalidade mal formada, seja ela simplesmente chatinha ou até efetivamente repulsiva: o baixo limiar de frustração, ou seja, a incapacidade de aceitar quando a vida olhar na cara do distinto e disser não.

A criança que passa a infância sem uma imposição suficiente de limites se transforma em um adolescente que acha que o mundo tem a obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja no exato instante em que ele quer e se torna posteriormente um adulto frágil e inseguro. Seja um frouxo patético desse que mora com os pais aos 40 anos, seja um monstro que disfarça sua fragilidade sob camadas e mais camadas de violência e arbitrariedade ("vou bater no mundo primeiro antes que ele me bata, e vou bater com gosto pra todo mundo achar que eu sou o bom"). Ou como diz Içami Tiba: toda crioncinha evolui para aborrescente, que por sua vez se torna um adultescente.

Crianças são seres humanos com pouquíssima bagagem mental de suporte para seus processos decisórios, logo, nada mais natural que o resultado da esmagadora maioria destes deva ser solenemente desconsiderado por quem quer ser um bom pai ou uma boa mãe. Daí diziam os antigos que criança não tem querer. Não tem e não deve ter, até que tenha vivido o suficiente para acumular um repertório de experiências e informações que lhe permita tomar decisões minimamente não-desastrosas.

Criança não escolhe o que vai comer, não escolhe o que vai vestir e não escolhe a hora de dormir. Simplesmente por que comida gostosa a mais das vezes não é nutritiva e criança não entende patavina de nutrição e medicina; roupa bonita mais das vezes é obscenamente cara, emburrecedora/padronizadora (não permita que seu rebento se torne escravinho da moda logo de saída) ou simplesmente inadequada para o tempo que está fazendo na hora ou para as atividades programadas para aquele determinado momento e pivete não tem noção de chongas disso tudo; e por que quem tem escola está pouco se importando com o relógio biológico dos alunos, que tem mais é que acordar cedo em uma fase da vida na qual o cérebro estaria originalmente programado para um outro ciclo de sono, então você pai e você mãe tem que ajudar seu pequenino desde o início a empurrar o relógio biológico no sentido de não dormir a aula toda quando chegar a idade de ir pra escola.

E tantas e tantas outras coisas comuns a quem tem em casa uma maquininha burra de chorar e dizer não-quero, que se explicam por que o ser humano é burrinho e crianças são, por definição matemática, ignorantes. Atentem para a diferença entre ignorância e burrice. Burro é quem não sabe pensar, ignorante é quem ignora alguma coisa.

Crianças são inteligentíssimas, toda criança nasce genial e nós adultos é que a estragamos com uma educação inadequada. Mas toda criança vem ao mundo 100% ignorante, o que significa que seus processos decisórios terão más escolhas por conclusão em 99,9...% dos casos. É obrigação do pai e da mãe desconsiderar essas más escolhas e fazer o que é melhor pelo pequenino. E é obrigação de ambos ensinar a criança a se conformar com isso, por que é inerente ao ser humano estar mal informado e decidir mal em muitos e muitos pontos de sua vida, devendo ele saber quando a vida está tomando uma decisão melhor no lugar dele ou quando uma determinada pessoa em posto de comando por merecimento tenha as informações necessárias para decidir melhor em seu lugar ou ainda quando a natureza humana tem que calar sua boca e curvar-se ante a Sabedoria do Altíssimo.

Aqui vem outro ponto inegociável para pais que foram abençoados, neste mundo perdido de hoje, com a Graça de se manterem firmes dentro da verdadeira Igreja. Essa história de que toda religião tem seu ponto positivo e que a pessoa escolhe sua fé quando tiver idade suficiente para fazer sua própria escolha é balela (peguei leve para não lançar mão de um palavrão de 59 sílabas). Mentira deslavada, uma das mais perniciosas já inventadas pelo pai da mentira.

Se você foi abençoado com a Graça de ser católico, que teus filhos também o sejam. Isso é 1000% I-NE-GO-CI-Á-VEL! Se você não instila em sua cria o temor do Senhor desde o berço, as chances de que esta alminha se perca para algum outro sistema de crença ou até mesmo para a descrença sistemática é imensa. Não que "religião seja um condicionamento que só pega por que é feito à guisa de lavagem cerebral sobre criancinhas que não têm condição de argumentar", mas por que a carne se rebela contra a Lei.

Chocolate é uma delícia, mas não é por isso que uma pessoa vai se empanturrar sem consequências. Tem muito legume que é realmente chatinho de comer e a gente só manda pra dentro para cuidar da própria saúde. E por aí vai. Agora, ninguém em sã consciência vai abrir a boca para me dizer que é lavagem cerebral convencer uma criança desde pequenininha que ela deve comer aquilo que seus pais mandarem por que é melhor para sua saúde corporal.

Então por que cargas d'água tanta gente abre a boca para dizer que é lavagem cerebral ensinar alguém desde a mais tenra idade a obedecer a Deus por que isso é melhor para a sua saúde espiritual? Por que sexo é uma delícia, mas não é por isso que nós vamos sair por aí brincando de chimpanzé bonobo. A sensação física de se tomar um porre é para muitos realmente agradável, e nem por isso vamos sair por aí chapando o coco por diversão. E por aí vai!

Fora que quanto mais tempo alguém fica fora da barca de Pedro e exposto aos diversos cantos de sereia criados por aquele que é homicida desde o início dos tempos, mais seus ouvidos endurecem contra a são doutrina da Fé e mais difícil é a cura de tal alma. Portanto, não permita que seu filho ou filha "escolha a religião depois". Faça o que é melhor para ele/ela, que te agradecerá imensamente no futuro, como agradeço a meu pai.

Por que hoje eu leio a Summa Theologica e o Catecismo da Igreja Católica de moto-próprio, e leio a Bíblia desde os 15 anos por gosto meu, mesmo, mas devo isso a meu pai ter me levado para a Missa todo bendito domingo desde que eu me entendo por gente e provavelmente ainda antes. E estudo a fé e a sustento hoje com argumentos racionais e o amparo das Escrituras, da Tradição Apostólica e do Magistério da Igreja, dentro das minhas forças, mas foi papai quem me ensinou a rezar. Pois vos digo e repito: façam o mesmo por suas crianças, que vos agradecerão imenso!

Uma vez que se dê a uma criança disciplina e temor de Deus, o resto vem por consequência. Sabendo que o corpo é templo do Espírito Santo e tendo limiar de frustração elevado pelo treino da disciplina, a pessoa não erra contra a temperança e sabe manter-se casta. Mantendo a temperança a pessoa não se prejudica por glutonaria, bebedeiras ou uso de estimulantes e entorpecentes. Sendo casta, não faz filhos antes do tempo, não padece com DSTs e não passa por todas as agruras da vida de alguém afligido por atração pelo mesmo sexo.

Assim, fica a receita para educar um futuro adulto feliz (e para ler comentários raivosos de relativistas e analfabetos funcionais): um chinelo na mão esquerda e a Bíblia na mão direita!

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